sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

ALGUÉM TEM QUE ORGANIZAR - ENTREVISTA COM LELÊ


Nem só de palco, luzes e instrumentos vive o mundo da música. Há quem sue, e muito, no bakstage. Para dar um exemplo de como o trabalho de produção é importante para o artista, dessa vez entrevistamos Leandro "Lelê" Bortholacci (na foto, sentado), ou simplesmete Lelê.
Da Guedes, Comunidade Ninjitsu, Fresno, Cachorro Grande...Esses são só alguns nomes que contam no currículo do sujeito. Confere.


Rock’n’Talk - Conta um pouco como começou tua carreira como produtor e o início dos trabalhos da Olele Music.

Lele - Eu sou amigo de infância do Rafael Malenotti (dos Acústicos e Valvulados) ele tinha um estúdio que grande parte das bandas da geração 90 ensaiava e eu estava sempre por lá. Além dos Acústicos, Comunidade Nin-Jitsu, Ultramen, a Tequila Baby, a Da Guedes e outras ensaiavam lá. Me chamou a atenção que todas eram legais dentro de seus estilos, mas não tinha ninguém pra "organizar" isso, saca ? Como eu sempre fui ligado em música, mas não sei tocar nenhum instrumento, resolvi me dedicar à parte técnica, burocrática e administrativa dessa cena. Eu comecei a trabalhar como roadie em 1995. Um ano depois já estava fazendo produção de estrada e em 97 abri a minha produtora própria, a LB Produtora, que agora em 2008 passou a se chamar Olelê Music.



Rock’n’Talk - Quais as primeiras bandas que você produziu?

Lele - A primeira foi uma banda de cover, chamada Rastamanos. Ela era formada por integrantes da Comunidade e Ultramen. Faziam só covers de reggae e ficaram muito populares no interior do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Ao mesmo tempo, começamos a produzir material das bandas dos integrantes e divulgar pelo interior. Nessa época as bandas covers faziam muitos shows, ao contrário dos grupos de música própria que ficavam restritos ao circuito da capital e da Grande Porto Alegre. Mas quando começamos a produtora os primeiros nomes que a gente trabalhou foram: Rastamanos, Comunidade Nin-Jitsu, Ultramen, Tequila Baby e Fernando Noronha & Black Soul.

Rock’n’Talk - Para quem está começando na carreira, o que é mais importante? Focar em determinado estilo ou fazer o máximo de contatos possíveis?

Lele - O mais importante acima de tudo é encarar como um trabalho. Pra mim, essa é a essência de tudo. Se quer ter uma banda pra ficar famoso vai quebrar a cara. A música virou um business igual a qualquer outro. Existem pessoas profissionais e amadoras, competentes e incompetentes, sérios e picaretas. Fazer shows no final de semana é consequência de um trabalho que a banda tem que realizar, que começa com a formação de um grupo, a preocupação em ter um visual legal, saber fazer uma boa divulgação pela web e por aí vai. A internet é "o" canal pra banda novas, não adianta. Essa é a nova realidade. Quem não se der conta disso vai ficar pra trás.

Rock’n’Talk - Algumas bandas do casting da Olele, como Cachorro Grande e Fresno, acabaram se mudando para São Paulo. Em que momento essa mudança geográfica deve ser feita? Ainda existe aquela realidade de o melhor mesmo é estar no centro do país (Rio de Janeiro ou São Paulo)?

Lele - Bicho, a mudança geográfica faz parte de a banda saber o que quer da vida, porque ir pra uma megalópole como São Paulo é uma decisão que mexe com toda a vida do cara. Mesmo que estas duas bandas tenham ido morar na mesma cidade, os momentos foram diferentes. No caso da Cachorro Grande, foi uma opção na época, pois quando assinamos com uma gravadora (a Deckdisc) eu pedi um advanced, mas em vez de dinheiro, pedi que alugassem um apartamento em São Paulo pra banda morar. Isso foi uma estratégia montada pelo fato de que estávamos lançando um disco pela revista do Lobão (quando assinamos com a Deck) e grande parte da agenda de divulgação seria por lá. Isso facilitou muito a colocação da banda nos programas e a realização de shows no circuito da capital e do interior paulista. A idéia foi simples pois lançamos dois discos em menos de um ano e esta fixação da banda por lá com certeza ajudou em tudo isso. Até na questão como as pessoas do sul começaram a enxergar a Cachorro Grande, pois eles começaram a aparecer muito na mídia que vem de lá. Já no caso da Fresno foi uma situação um pouco diferente. Primeiro que todos os integrantes eram mais novos e ainda moravam com os pais em Porto Alegre; segundo que alguns ainda tinham outros empregos além da banda e todo mundo precisa de grana pra viver. A Fresno (até antes de trabalhar comigo) já fazia um circuito de shows na grande São Paulo; um circuito sólido (de onde saíram CPM22, NX Zero e Strike por exemplo) que ajudou a banda a se fixar por lá. Quando fomos lançar o terceiro cd, decidimos que era a hora de ir, que estar lá faria muito bem pra banda. Como eles já tinham um bom número de shows e um cachê que dava pra se sustentar em São Paulo, alugamos uma casa e a banda se fixou por lá. Os resultados estão aí pra quem quiser ver.


Rock’n’Talk - Como é administrar uma banda na estrada? É preciso sempre estar junto com o grupo ou um bom trabalho de informações sobre mapa do palco e rider é o bastante?

Lele - A estrada é o que vai definir se a banda "vai ou não vai". Se os caras forem guerreiros de verdade tem é que cair na estrada e encarar tudo. Já vi banda ter que fazer show pra seis pessoas e foi lá e tocou, como se tivessem 6 mil. Alguns anos depois eu vi essa mesma banda tocando pra sessenta mil pessoas, entendeu? Tem que ser persistente, tem que estar a fim, tem que encarar como trabalho. Tem que ter disciplina, ensaiar pra caramba, conhecer bem os integrantes da sua banda. É preciso ter humildade acima de tudo, tem que ser verdadeiro. Tem que fazer o som que acredita, que gosta, não o som da moda! A moda muda rapidinho...
Mas voltando a falar de estrada, é preciso se organizar, sim. Mesmo que não tenha ainda uma equipe técnica, algum integrante da banda pode pegar e fazer um rider técnico, se organizar. Claro que em shows menores, a estrutura é menor, mas eu penso que é importante a banda começar "do começo" mesmo. Tem que encarar as roubadas da estrada, tem que encarar som ruim, casa vazia, viagem de ônibus de linha, sem hotel... É isso aí bicho! Assim se adquire experiência de vida. É essa experiência que pode fazer toda a diferença lá na frente. Se um dia a banda der certo e estiver tocando pra dezenas de milhares de pessoas, quando o cara não conseguir mais sair na rua direito, ele vai saber lidar muito mais com isso se for uma pessoa que tenha se ferrado algumas vezes. Deixo aqui esse toque pra quem tá começando: verdade, profissionalismo e humildade acima de tudo. Mas também um som bem tocado, um visual legal, um My Space e um site bacana, uma comunidade ativa no Orkut e por aí vai.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

CONHEÇA AGORA A BANDA ADERIVA



A banda Aderiva é uma dupla composta por Guilherme Macalós (vocais, guitarra, programações e composições) e Cícero Machado (baixo, teclados, sintetizadores e composições). Os dois conversara com a gente sobre a carreira na música e muito mais:

Rock'n'Talk - Como foi que o grupo se conheceu?
Guima - Conheci o Cícero por volta de Junho de 2005. Sua irmã fazia aulas de bateria na escola de música onde leciono, e a mãe deles estava na recepção, esperando a aula acabar. Nesse meio tempo meu celular tocou... O toque soou alto, era uma música de uma banda a qual eu e o Cícero gostamos muito. Imediatamente sua mãe exclamou: "Você também é maníaco por essa banda?" (risos)... Logo o assunto foi se desenvolvendo e ela me falou que ele era baixista, e eu justamente estava à procura de músicos para formar a banda. Adicionei-o no MSN e, alguns dias depois, convidei ele pra um ensaio, e ele respondeu: "Preciso perguntar pros meus pais se eles vão deixar" (risos). Felizmente na época, os pais dele deixaram. O Julio veio se aliar a nós a poucos meses, basicamente participando da parte de show "cover" da banda. Conheci-o através de uma outra banda cover que fui convidado para tocar. Logo nos primeiros ensaios dessa banda vi que o cara era meio tímido e "fechadão". Era uma pessoa que levava a sério o que fazia. Logo apresentei o mesmo para o Cícero e seguimos o barco.

Rock'n'Talk - De onde vocês tiraram o nome da banda?
Guima - Bom, o nome da banda é meio antigo! Há uns 10 anos atrás, mais ou menos, quando passei a compor minhas primeiras músicas. Em um dia de ensaio, um amigo comentou sobre elas, dizendo: "Cara, o som de vocês não me passa uma sensação estável, segura... Parece que não sei para onde vai". Claro...ADERIVA! E porque não? (risos)

Rock'n'Talk - Como a banda define o som que vocês fazem?
Guima - A única coisa que se pode definir ao certo, é que é uma banda de rock! Inseridos nesse contexto, encontram-se os mais variados “afluentes”, vindo a desembocar nesse mar. Geralmente as pessoas que escutam nosso trabalho próprio, percebem isso, um estilo totalmente nosso de ser... Uma música ADERIVA. Parte de nossas “viagens sem rumo”, passando por momentos de inspirações e transpirações, até chegar ao rumo certo, aparentemente seguro. Entretanto, “rótulos”, certamente cada um exporá o seu, de diversas maneiras! Sugiro que escutem nosso som. Quem se sentir a vontade, subirá a bordo.

Rock'n'Talk - Como são os shows? Qual a média, como é a receptividade do público?
Cícero - Os shows são covers por enquanto, com algumas musica próprias inseridas. Tocamos musicas para danceterias e pubs, clássicos etc. Muitas vezes a receptividade que temos na internet não se realiza por completo ao vivo, por não podermos tocar todas nossas musicas. No entanto, cada show tem uma característica única, uma adrenalina diferente. Com o passar do tempo aprendemos que isso, essa adrenalina é o que faz a receptividade do público. Quando se toca com a alma, focado no que se esta fazendo, tudo acontece. Somos banda da "casa" estamos no casting de varias casas de shows do estado, nosso barco vai navegando (risos).

Rock'n'Talk - Qual foi o show/lugar mais louco ou mais importante que vocês tocaram?
Cícero - Uma vez em um bar do bairro Cidade Baixa, aqui em Porto Alegre. O nome da festa por si só já era estranho o suficiente pra não conseguirmos lembrar. A produtora disse que antes da festa ia rolar uma feirinha dentro do bar. Até aí estranho, mas ok. Lá pela hora que começamos o show, tudo legal, pessoal da casa sentado esperando algo pra empolgar. De repente, ao olhar pra galera na frente do palco, vimos umas mulheres com véus nas mãos, dançando em estilo próximo ao árabe, meio fantasiadas, com umas roupas coloridas muito estranhas! Era pra ser algo temático de novelas anos 80, mas estava longe disso! No final do show, uma das mulheres roubou a cena: na escada do mezzanino, ela começou a descer pelo corrimão tentando (e não conseguindo) fazer uma performance. A galera foi a loucura, não porque estava muito legal, mas porque parecia que a guria ia cair lá de cima e todo mundo pedia pra ela parar e descer! E nós olhando isso e tocando (risos).

Rock'n'Talk - Quais são os projetos do grupo para o futuro?
Guima - Sem sombra de dúvidas é nosso primeiro disco, que está em fase de pré-produção, faltando alguns detalhes apenas. Provavelmente no 1° semestre de 2009 já deva estar ancorando em algum cais. Pronto para sair navegando...

Rock'n'Talk - Para vocês, o que é "viver do rock"?
Guima e Cicero - É sempre ter uma vida "real". No nosso caso, viver da arte chamada musica é se encontrar consigo mesmo todos os dias. É ter muito trabalho e cumprir ele com satisfação, independente da tempestade em alto mar que esteja ocorrendo lá fora. Subir em todos os palcos da vida com vontade, a fim de fazer o rock acontecer. Isso faz torna nossa embarcação melhor a cada dia, sempre em alguma direção.

Para saber mais sobre a banda, acesse:
www.aderiva.com.br
www.myspace.com/bandaaderiva

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

VESTIBULAR UNISINOS - PRORROGADO

Para aqueles que estão na pilha de ingressar 2009 em uma carreira focada no rock, e acham que deixaram passar o tempo de inscrição no vestibular da Unisinos, temos uma boa notícia: o prazo foi prorrogado!

Você tem até às 22h desta quinta-feira, dia 27 de novembro, para se inscrever no vestibular através do site www.unisinos.br/vestibular. As provas acontecem no sábado, 29 de dezembro, com prova de redação pela mannhã (das 9h30 às 12h) e prova de questões discursivas à tarde (das 14h30 às 17h30).

Corre lá e faça a sua inscrição! Só você pode coordenar as rédeas da sua vida e conduzí-la pela estrada do rock!

CONHEÇA AGORA A DKLC


A DKLC é uma banda de Porto Alegre que mistura diversas influências. Isso reflete na formação do grupo, que une o vocal feminino da Dani com o peso dos instrumentos de Ivan (guitarra), Pierre (guitarra), Marcos (baixo) e Ricardo (bateria). Você votou, e nós fomos atrás do Ivan, um dos idealizadores da DKLC, para falar um pouco do seu trabalho:

Rock'n'Talk - Como foi que o grupo se conheceu?
Ivan - A DKLC nasceu em Junho de 2006. Juntando a delicadeza de um vocal feminino com a agressividade de um som pesado, a banda passou por mais de 1 formação até chegar à atual que promete não se separar mais. Eu já era grande amigo de infância do Pierre (guitarrista) e assim que surgiu a oportunidade, convidei ele para fazer parte da DKLC. Os outros integrantes eram amigos no Orkut e já tocavam em outras bandas de Rock.

Rock'n'Talk - De onde vocês tiraram o nome da banda?
Ivan - Lá em 2006, no inicio da formação, a banda chamava DEKALC. Um dia, alguém mandou fazer uns adesivos e resolveu abreviar, retirando as vogais, ficou DKLC. Acabou pegando. A sigla acabou indo parar nos domínios de sites, fotolog, trama, myspace... Quando resolvemos voltar para DEKALC já era tarde.

Rock'n'Talk - Como a banda define o som que vocês fazem?
Ivan - Seria muito difícil definir, dar um rótulo ao tipo de som que a gente faz. Cada um dentro da DKLC traz uma influencia bem diferente de som, mas claro, tudo dentro do rock. Pensamos que, se cada banda deve ter seu rótulo, o da DKLC não está pronto ainda. Juntamos a influencia de cada integrante e assim nasce a DKLC.

Rock'n'Talk - Como são os shows? Qual a média, como é a receptividade do público?
Ivan - Todos shows são mágicos, cada um é muito diferente do outro. Tentamos montar sempre um espetáculo diferente, mudando set list, introduções para entrada de palco. A galera que vai assistir faz 50% do espetáculo. Existem rostos repetidos que estão sempre nos acompanhando onde quer que a gente vá, galera cantando todas as músicas de autoria da banda... Esse tipo de resposta do público é o que mais motiva a banda a fazer um bom show. Tem uma legião de fãs da DKLC que faz parte do DKLC VIP, que é a galera que ajuda a gente à divulgar nosso trabalho diariamente, postando em páginas pessoais, vendendo CD´s e ingressos de shows. Essa galera tem entrada livre em qualquer evento que a DKLC tocar. Assim estamos montando uma enorme família, que é como chamamos os fãs, a Família DKLC.

Rock'n'Talk - Qual foi o show/lugar mais louco ou mais importante que vocês tocaram?
Ivan - Todos shows que fizemos até agora foram muito importantes, alguns se destacam por motivos diferentes. Um que merece destaque foi o que rolou dia 21 de setembro de 2008 no Hangar 110 em SP. Foi nossa primeira viagem à São Paulo com a banda. havia diversos shows de Rock na cidade no mesmo dia e horário, e o Hangar estava lá, lotadão, esperando nosso show e mais os shows de bandas amigas. Esse foi um dia muito especial pra DKLC.

Rock'n'Talk - Quais são os projetos do grupo para o futuro?
Ivan - Bom, a DKLC segue trabalhando muito. Estamos fechando shows em cidades que nem conhecíamos, tem muita gente nova conhecendo nosso trabalho agora, lançamos nosso primeiro EP “Uma Nova História” no primeiro semestre de 2008, e estamos trabalhando na divulgação desse trabalho. Apenas estamos no começo de um longo caminho para uma banda totalmente independente.

Rock'n'Talk - Para vocês, o que é "viver do rock"?
Ivan - Viver do Rock é enfrentar as dificuldades que uma banda independente enfrenta. Deixar de fazer muita coisa importante para dar prioridade para a mesma, o que pode as vezes atrapalhar mas, também, pode ser a única forma de dar certo. Se dedicar totalmente e acreditar que o teu emprego é esse, tua faculdade, teu ganha pão, tua vida!!

Para saber mais sobre a banda, acesse:
www.dklc.com.br
www.myspace.com/bandadklc
Contato para shows: (51)9722-0974

terça-feira, 25 de novembro de 2008

A TEORIA DOS SEIS GRAUS NO MUNDO DO ROCK

Existe uma teoria, baseada em um estudo científico feito em 1990, que diz que qualquer pessoa está ligada a outra por, no máximo, seis laços de amizade. É a chamada Teoria dos Seis Graus de Separação. Pode parecer loucura, mas depois que você entende a definição, faz algum sentido.

Então, vamos tentar aplicar a teoria dos seis graus de separação entre dois artistas totalmente diferentes e absurdos. Então vamos estabelecer uma conexão entre o rei do rock, Elvis Presley, com a boy band de maior sucesso dos anos 80, os Menudos?

Vamos começar pelos meninos de Porto Rico. O grupo foi criado oficialmente em 1977, alcançando seu ápice nos anos 80, fazendo sucesso entre as adolescentes da América Latina, lotando estádios para tocar seus hits, seguidos pelas coreografias um tanto quanto... excêntricas...


Não ria... sua mãe pode ter estado naquela platéia...

Aqui no Brasil a maioria só conhecia as músicas de maior sucesso. O "lado B" dos Menudos não era muito conhecido das pessoas. Até que em 1992, Renato Russo durante as gravações do Acústico MTV, supreendeu a todos dizendo que iria cantar uma música deles, dizendo que era "bonitinha". Então ouvimos pela primeira vez "Hoje a noite não tem luar":



Após a morte de Renato Russo e o fim da Legião urbana, muitas homenagens foram feitas ao grupo. Uma delas foi o CD Forza Siempre, uma coletânea de músicas da Legião gravadas em italiano por um dos ídolos da Jovem Guarda e amigo pessoal de Renato, Jerry Adriani. O mais impressionante é que as vozes dos dois são extremamente parecidas!



Jerry Adriani pertencia a Jovem Guarda - movimento surgido na segunda metade da década de 60, que mesclava música, comportamento e moda, influenciado pelo rock and roll. A dupla Roberto e Erasmo Carlos, Wanderléia, Renato e seus Blue Caps foram os percussores do gênero musical aqui no Brasil. E em 1977, em um especial para a TV, os ícones da Jovem Guarda realizaram uma homenagem a quem os inspirou. Adivinha quem?



Quando dizem que no mundo do rock tudo é possível, não duvide.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

FREDDIE MERCURY, QUEEN E CINEMA - O GANHADOR


Carlos Augusto Borda de Freitas foi quem levou o All Star dessa semana.
A pergunta era: Qual o filme que teve toda a trilha sonora produzida pelo Queen?.A resposta: Flash Gordon.

Carlos acertou na mosca e levou o par de All Star para casa.

DE REGINALDO ROSSI A AC/DC – ENTREVISTA COM FRANK JORGE



O entrevistado da vez é ninguém menos do que ele, Frank Jorge. As apresentações são dispensáveis, basta lembrar que o sujeito fez parte da formação original dos Cascaveletes e foi baixista e frontman da Graforréia Xilarmônica. Além do campo musical, Frank se aventurou pelo terreno das letras e hoje é coordenador do Curso de Formação de Produtores e Músicos de Rock.
Nossa conversa girou em torno do currículo da graduação, sua trajetória como músico e sua discografia básica, que vai de Reginaldo Rossi a AC/DC. As perspectivas do campo de trabalho também entraram em pauta e, mesmo com uma leve esquiva, conseguimos tirar dele algumas informações sobre seu trabalho solo.

Rock`n`Talk - Como professor do curso de formação de Produtores e Músicos de Rock, fala um pouco sobre as questões pontuais que são abordadas no currículo da graduação, para aqueles que estão pensando em fazer o vestibular.
Frank Jorge - Primeiro é importante entender que mesmo com tantas mudanças sociais e comportamentais, ainda existe certo preconceito por quem escolhe cursos nas áreas artísticas, ou ainda, por quem tem coragem de escolher convictamente o seu curso superior e respectiva área de atuação, e não o que os familiares ou certas tendências sugerem. O curso proporciona uma formação ampla, atenta ao mercado da música: história do rock, história da música, música e legislação, comunicação e marketing, preparação de carreira; estes são alguns dos tópicos desenvolvidos nas nossas atividades acadêmicas.

Rock`n`Talk - Como você vê o mercado da música hoje? Quais ofícios que ainda carecem de profissionais capacitados dentro da cadeia produtiva do mercado?
Frank Jorge - O mercado da música está cada vez mais vivo! Parece uma determinada coisa, veiculada pela mídia, ok... Programas de auditório, canais de TV aberta e a cabo de videoclipes, inúmeros canais via web, mega-shows, mega-eventos, revistas, mas a produção musical e sua receptividade vão além. Hoje em dia, cada banda tenta se diferenciar não apenas pela linguagem musical e estética, mas como procederá com a mídia e com o seu público, ou seja, tem banda que faz um certo "anti-marketing", toca em lugares inusitados sem enviar divulgação para veículos tradicionais de comunicação, e ainda sim, tem o seu charme, o seu nicho, sobrevive da música do mesmo modo que outros artistas super expostos na mídia.
O próprio performer - seja um cantor, um instrumentista - é carente sim de volume de conhecimentos gerais, diga-se de passagem! O curso se ocupa com uma formação integral: o profissional da área da música tem que saber se expressar, por mais que esperem do artista as mesmas falas obscuras, pretensiosas ou então, enigmas e bobagens (risos). Frank Zappa sentenciou: entrevista de um músico para um jornalista é sinônimo de alguém que não sabe falar, dizendo coisas para alguém que não sabe escrever. Creio com todas as forças que isto mudou bastante.
O mercado já tem muita gente boa, realmente tem muito técnico de som bom por aí, por exemplo. Acredito que faltam pessoas que pensem na música e na humanidade num contexto mais abrangente, não pensar só sobre o business ou o showbusiness, mas sobre a possibilidade de trabalhar com o que se gosta e tocar isto adiante firme forte contente. É um pouco hippie, um pouco punk!

Rock`n`Talk - Hoje, com a internet e o acesso fácil a qualquer tipo de informação, as pessoas tem contato com vários estilos musicais e bandas novas. O curso dá alguma ferramenta para, nesse turbilhão todo, o aluno filtrar o que realmente é genuíno daquilo que é fugaz?
Frank Jorge - Por vezes é necessário conhecer e dominar o fugaz, para reencontrar o Genuíno, diria José Dirceu... A ferramenta eles já tem antes de entrar no curso que é o seu cérebro; Steve Jobs que me perdoe, muito mais eficiente que o iPhone!

Rock`n`Talk - Qual a discografia básica que você acha que deve estar na prateleira de qualquer músico, independente do estilo que toque?

Frank Jorge - The Beatles, Chico Buarque, Tom Jobim, The Rolling Stones, Cream, The Zombies, Os Mutantes, Celly Campelo, Roberto Carlos, Sttely Dan, The Beach Boys, Chuk Berry, Little Ricahrd, Tim Maia, Bach, Chopin, Beethoven , Igor Stravinsky, Frank Zappa, ACDC, Led Zeppelin, David Bowie, Noel Rosa, Sinhô, Francisco Canaro, Astor Piazolla, Queen, Blondie, Ramones, Los Hermanos, Erasmo Carlos, Reginaldo Rossi, Odair José, Elvis Presley, Kiss, Nirvana, Johny Cash, T. Rex, Roxy Music, The Strokes, Kaiser Chiefs, Damn Laser Vampires, The Ventures, The Supremes, James Brown, The Animals, Muddy Waters ...

Rock`n`Talk - Gostaria que você falasse um pouco do seu trabalho solo, de como conciliar sua carreira musical com a vida de professor e de seus futuros projetos.
Frank Jorge - Isto é outra pauta, outro dia! Mas estou bem contente por conseguir lançar um cd novo do trabalho Frank Jorge Solo - terceiro cd de estúdio, que está saindo agora em novembro de 2008 pela gravadora Monstro, chamado "Frank Jorge - Volume 3". - muito criativo, aliás. No www.myspace.com/frankjorgesolo o pessoal já pode conferir seis músicas deste trabalho. É rock e 100% brasileiro! Pitadas de brega e jovem-guarda com Anos 80. Sigo fazendo shows com a Graforréia Xilarmônica e o Tenente Cascavael, também.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

CONHEÇA O DANIEL LEMOS


Daniel Lemos é um daqueles músicos que surgiu nos bares e casas noturnas, e hoje é considerado um dos grandes talentos da cena musical pop gaúcha, agradando a todos os tipos de público com um repertório variado e composições próprias. Você votou na nossa enquete, e nós fomos atrás para saber um pouco mais da carreira deste artista.

Rock'n'Talk - Como foi que você começou na carreira artística?
Daniel Lemos - A velha história de "ganha o violão aos 13", passa mais tempo com o violão do que jogando bola..(risos). Montei a primeira banda aos 16 anos, comecei a tocar profissionalmente aos 20, passei pelo processo natural de ter várias bandas cover de rock (Guns, Megadeth, Bon Jovi), mas sempre compus minhas próprias músicas (e sempre, por influência dos meus pais, escutei MPB, grandes compositores como Chico Buarque e Djavan). Durante 8 anos tive uma banda chamada Quíron, com quem lancei um cd em 1999. Nessa época ouvia muito Soul Music também. Me formei em arquitetura no mesmo ano, e paralelo à isso comecei minha carreira solo. Morei em SC por 3 anos, trabalhando como arquiteto, fazendo violão e voz em alguns bares e compondo bastante, até que me dei conta que minha vida era definitivamente música. Voltei pra Porto Alegre, comecei a tocar nos bares principais do RS e SC, gravei meu primeiro CD (Lendas Virtuais - lançado em 2005). Atualmente sigo tocando nos principais bares e preparando meu segundo CD.

Rock'n'Talk - Quais são as suas principais influências musicais?
Daniel Lemos - Acredito que tudo que escutamos (e que nos agrade) nos influencia. Já compus influenciado por tanta gente (desde Lulu, Ed Motta, Foo Fighters, é uma mistureba... risos) que isso já se tornou um processo natural. Ultimamente tenho escutado muito bandas como Maroon 5 e também gosto muito de vários trabalhos produzidos aqui em Porto Alegre mesmo.

Rock'n'Talk - Para você, quais são as principais dificulades encontradas para quem quer construir uma carreira musical?
Daniel Lemos - Não gosto de falar em "dificuldades", mas sim em "tempo natural das coisas". Construir uma carreira musical é como construir uma carreira em qualquer profissão. Para você ser médico, por exemplo, não é simplesmente escolher "ser médico" e sair se dando bem. Tens que estudar (e muito) pra entrar na faculdade, estudar 5 ou 6 anos, fazer mais 2 ou 3 de especialização, trabalhar muito e estar sempre se atualizando. Enfim, são anos e anos de dedicação até ter de fato uma carreira. Música é igual. Tem que acreditar, antes de mais nada, em seu trabalho. Persistir, persistir e persistir. Levamos anos para amadurecer musicalmente e é importante ter essa noção, porque é isso que torna natural o processo da "demora". Tudo acontece a seu tempo.

Rock'n'Talk - Como são os shows? Qual a média, como é a receptividade do público?
Daniel Lemos - Faço em média 3 apresentações por semana. Faço alguns trabalhos de violão e voz pra poder ganhar meu dinheirinho também né? (risos) Nos shows sempre somos muito bem recebidos. Apesar de fazermos o show cover, sempre colocamos no meio do repertório alguma música própria. E quando ela é recebida tão bem quanto os covers que tocamos, é sinal de que o trabalho está maduro, que estamos no caminho certo.

Rock'n'Talk - Tem algum show ou apresentação marcante? Qual foi?
Daniel Lemos - Uma das apresentações mais marcantes pra mim, foi numa das etapas da final do Festival de Música de Porto Alegre deste ano, quando defendi minha música "Tão Só" que fiz para meu pai, que sofre de Alzheimer há 10 anos. É uma música com significado muito forte pra mim e pra minha família (que estava lá). Tive que me concentrar muito pra não chorar no palco.

Rock'n'Talk - Quais são os projetos para o futuro?
Daniel Lemos - Comecei uma nova etapa da minha carreira, uma parceria com Rodolfo Chaves, grande guitarrista, com quem dividirei os arranjos do próximo CD. Então, pretendo no primeiro semestre de 2009 estar lançando esse novo CD para, em paralelo aos shows covers (afinal, tenho que pagar minhas contas... risos), colocar nos palcos meu show autoral. Pretendo fazer isso não só aqui no Sul, mas em todas as casas que forem abertas à esse tipo de proposta no país. Quero também usar a música "Tão Só" para divulgar mais sobre o mal de Alzheimer, e pretendo fazer dela um instrumento de ajuda pra pessoas que passam por esse terrível problema em sua família.

Rock'n'Talk - Para você, o que é "viver da música"?
Daniel Lemos - É ter o privilégio de se fazer o que se ama. Sempre ouvi de um tio meu "existe trabalho sem recompensa, mas não existe recompensa sem trabalho". Viver da música é ter a garantia de uma recompensa.

Para saber mais sobre Daniel Lemos e sua música, acesse:
www.daniellemos.net
www.myspace.com/danilemos
www.palcomp3.com.br/daniellemos
www.youtube.com/daniellemos75

A HISTÓRIA DO ROCK EM DVD


Se pararmos para pensar, veremos que o rock é um dos estilos musicais que mais histórias fascinantes possui, algumas delas você já leu aqui no blog Rock'n'Talk. São mais de 60 anos de transgressão, energia e boa música.

Em 1995, a Time e a BBC se uniram para produzir um documentário chamado "A História do Rock'n'Roll", hoje disponível em um box com cinco DVD's. Dividido em dez capítulos, a produção começa nas colheitas de algodão no delta do Mississipi, e termina na ascenção do rock underground nos EUA. São mais de dez horas de gravação, com depoimentos únicos daqueles que escreveram seu nome na história: Bono Vox, Mick Jagger, Little Richard, Joey Ramone, James Brown, Tina Turner, Santana, Bruce Springsteen, dentre outros. Além disso, foram resgatados trechos históricos de shows e apresentações dos grandes astros do rock. Ou seja, um produto para os fãs do gênero não botarem defeito algum!

"A História do Rock'n'Roll" é extremamente recomendado para compreender que o rock não é só um tipo de música, e sim um movimento cultural que está em constante evolução!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

ENTREVISTA COM MALLU MAGALHÃES


Foto: Mauricio Capellari

Dezesseis anos, fenômeno de downloads e reconhecimento da mídia e colegas de trabalho: 2008 é, definitivamente, o ano de Mallu Magalhães. Nós, do Rock'n'Talk, não poderíamos deixar em branco a passagem da menina por Porto Alegre, onde tocou no festival GIG Rock.

Rock'n'Talk - Esse ano as coisas estão acontecendo muito rápido para você. Depois de disponibilizar na web as suas músicas, um CD e um DVD já foram gravados. Como estás sendo administrar sua vida em meio a esse turbilhão?
Mallu Magalhães - Ah, eu acho que as coisas acontecem sempre bem naturalmente. Eu acho que, como qualquer outra profissão, tenho limites e compromissos, tenho de aprender a lidar. Pra isso tenho meus mais queridos pais. eles são meu chão: donde eu saio e pronde eu caio. Eles me dão estrutura emocional.. Assim eu vou aprendendo... Acho.

Rock'n'Talk– Chama muito a atenção essa sua tendência Faça Você Mesmo, indo para o estúdio e gravando suas próprias músicas. Que ferramentas você utiliza para gravar e editar seus sons?
Mallu Magalhães - Na verdade, minha primeira gravação foi no estúdio Lúcia no Céu. E antes de gravar o CD, não sabia direito a função de um produtor. Em estúdio ficava cada vez mais evidente. Milhares eram as vezes em que eu não sabia o que faltava. Era hora então de Marioca (Mário Caldato jr.) ajustar um timbre, mudar a sala, colocar um efeito ou dizer para eu cantar de novo. Assim, a naturalidade espontânea era captada pelo Mário de um jeito que a gente via claro e bonito. As mesas antigas, os rolos de fita, o som dos chiados escolhidos pela arte da intuição.

Rock'n'Talk - Nos seus shows você tem usado uma banda com bateria, baixo e guitarra. Como é para você passar a dividir o palco com outros músicos?
Mallu Magalhães - Quando eu escrevo as músicas, tento passar uma atmosfera que vem do meu dentro. Daí já vem meio que as idéias dos arranjos e tal. Eu bem que toco uns instrumentos, mas meus meninos são essenciais para caracterizar cada ponto.

Rock'n'Talk – Você tem 16 anos e, mesmo já com uma carreira musical muito bem engatilhada, deve ter aquelas dúvidas sobre o futuro profissional. Aqui no Rio Grande do Sul existe um curso universitário específico para formação de músicos e produtores de rock. Você pensa em fazer algo do gênero?
Mallu Magalhães - É, eu queria só poder continuar a tocar e a ser quem eu sou...Espero que esteja preparada para o que der e vier... Acho que estou. Porque se a gente quer a gente consegue, né?

Rock'n'Talk – Das 14 músicas do CD lançado recentemente, 12 são em inglês. Você pretende passar a compor mais em português, com o passar do tempo?
Mallu Magalhães - Eu tento ser fiel ao meu coração. E ele fala língua nenhuma e todas. Só ouço o que vem dentro. Cada vez vem dum jeito. É um negócio que sobe sem pensar ou filtrar com nome ou peneira cruel. Esse mês e o mês passado, por exemplo, só escrevi em português. Deve ter dado uma dezena e meia, por aí... Provavelmente o próximo disco vem mais português.

Rock'n'Talk – Como foi essa aproximação com o Marcelo Camelo? Como é trabalhar com ele?
Mallu Magalhães - É até difícil falar do Marcelo assim em linhas tão poucas. Dava até um filme as experiências e idéias que a gente tem. Bem ou mal, não é só um lance comercial ou profissional, acredito que a nossa amizade e ligação ficaram claras de luz no palco.

Rock'n'Talk – Das cidades que você tem passado, qual o lugar que mais gostou de tocar?
Mallu Magalhães - Ah, além de conhecer a loucura dos aeroportos, conhecer novos olhos não tem preço. Escolher um lugar? Não dá...

Quer saber mais? O pessoal do Conversation esteve no Gig Rock cobrindo o show da Mallu. Dá um pulo lá para ver como foi.